Terapia Fotodinâmica (PDT)

Fala galera!  tudo bem com vocês? Nosso último assunto semana passada foi sobre biofilme e, apesar de havermos comentado sobre a importância do PDT no combate ao biofilme, vamos abordar o assunto hoje, com maior clareza quanto, não quanto a sua ação propriamente dita, mas a técnica e as indicações da literatura sobre a dosagem do corante, tempo de pré-irradiação, tempo de radiação e outros assuntos relacionados a execução da técnica. A parte do mecanismo de ação, podemos discutir mais tarde, em outra postagem.

Então vamos ao que interessa, a definição de Terapia Fotodinâmica (TF): consiste no princípio da interação da luz com um composto fotossensibilizador e oxigênio, resultando em espécies reativas capazes de causar a morte de microrganismos. O comprimento de onda utilizado é a luz vermelha, podendo ser dos lasers de baixa potência ou dos LED’s (1).

A PDT apresenta várias indicações na área da saúde, apresenta muitas vantagens, dentre elas, o custo, a ausência de efeitos colaterais e a impossibilidade de resistência adquirida por bactérias. Para realizar o PDT, é necessário realizar a limpeza adequada da ferida.

Para escolher o agente fotossensibilizador é necessário avaliar alguns critérios, tais como: concentração ideal, permeabilidade no tecido, farmacocinética favorável, baixa toxicidade para os tecidos vivos, solubilidade em meio fisiológico, propriedades fotofísicas e fotoquímicas com alta performance na produção de Espécies Reativas de Oxigênio (ROS), e outras características que também devem ser observadas. Dentre os agentes fotossensibilizantes, o mais utilizado é o Azul de Metileno (2).

Para que o azul de metileno (AM) tenha sua ação ideal sem causar toxicidade aos tecidos é necessário observar a concentração ideal. Os achados na literatura indicam que  as concentrações utilizadas são de 0,01% ou 1%, desta forma ele irá apresentar maior eficácia para se ligar ao material genético do microrganismo, criar espécies reativas de oxigênio e assim induzir a morte celular  (3).

Além de observar a concentração ideal do AM, também é necessário compreender e padronizar o tempo de pré-irradiação; que é definido como tempo em que o agente fotossensibilizante age sobre o tecido antes de irradiar a luz, este tempo é fundamental para seu efeito sobre o microrganismo, principalmente na ruptura do biofilme. O tempo de pré-irradiação variou entre 3 e 5 minutos, apesar de ser indicado pela literatura um tempo maior para bactérias gram-negativas (3). Já o tempo de irradiação variou entre 8s e 10 min (2).

O protocolo do Instituto Nupen em conjunto com a DMC estabelece os seguintes critérios para aplicação da terapia fotodinâmoca:

  • Limpeza adequada da área lesionada
  • Aplicação de azul de metileno (0,01 % )
  • Espera de 05 a 10 minutos: tempo de pré-irradiação
  • Irradiação com laser vermelho sobre a lesão
  • Remoção (optativa) do fotossensibilizador

(4), nesta ordem.

O intervalo de aplicação, segundo achados de uma revisão sistemática de literatura variou de 3 vezes na semana até uma vez por mês (5).

Para que a técnica seja eficiente é necessário observar todos os tópicos mencionados acima e após a aplicação do PDT, faz-se necessário a aplicação de uma cobertura correta para que  efeito antimicrobiano permaneça após a aplicação do PDT (3).

Como este é um assunto extenso e muito importante, com certeza falaremos dele mais vezes, afinal ainda temos muito a explorar sobre o assunto.

Segue abaixo um mapa mental organizado a partir dos conhecimentos aqui sintetizados:

Bibliografia:

1.       De Sousa BJL, Do Nascimento JA, Motta MNA, Rocha GC do ES, De Moura AL, De Jesus GP, et al. Terapia fotodinâmica para o tratamento das lesões orais: revisão de literatura / Photodynamic therapy for the treatment of oral lesions: literature review. Brazilian J Dev. 2021;7(6):56229–46.

2.       Ceccato RB, Siqueira de Magalhães L, Fernanda Setúbal Destro Rodrigues M, Pavani C, Lino-dos-Santos-Franco A, Teixeira Gomes M, et al. Methylene blue mediated antimicrobial photodynamic therapy in clinical human studies: The state of the art. Photodiagnosis Photodyn Ther. 2020 Sep 1;31:101828.

3.       Ferreira RP, Policarpo N de S, Ribeiro Z dos S de F, Tonazio CHS, Pinto AM de O, Pinto GHP. Aplicação da Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) no tratamento de feridas: revisão de literatura. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2022;15(4):e10133.

4.       Nupen I. Fotobiomodulação.

5.       Brandão MGSA, Ximenes MAM, Cruz GS, Brito EHS, Veras VS, Barros LM, et al. Terapia fotodinâmica no tratamento de feridas infectadas nos pés de pessoas com diabetes mellitus: síntese de boas evidências. Rev Enferm Atual Derme. 2020;92(30):138–45.

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