Fala galera! tudo bem com vocês? Hoje vamos falar um pouquinho sobre a fotobiomodulação na pediatria, uma área em que se tem diversas aplicações. Mas, antes permita-me contar-lhes algo interessante.
Sempre trato meus filhos com Fotobiomodulação (FBM), seja em casos de alergias de pele, picadas de inseto, assadura, nervosismo da primeira dentição e um ou outro machucado provocado por alguma peraltice; além disso, eles já me viram cuidando de algum dos bisavôs e do pai. Certo dia, após passar o dia no sítio com a avó, meu filho de 2 anos e 5 meses chegou em casa, deitou no sofá e disse: “mãe, faz o laser aqui na perna, mãe.” Tão logo ele falou eu o questionei sobre o motivo pelo qual ele queria que eu fizesse nele o laser e ao que ele me respondeu da seguinte forma: “pra sarar mãe, o dodói que eu fiz.”
De fato, aqui casa de ferreiro o espeto não é de pau. Mas, contei essa história para dizer a vocês que existem diversas aplicações do laser na pediatria que são seguras, eficazes e ao meu ver, reduzem a utilização de antialérgicos, pomadas antifúngicas e corticoides e até mesmo antibióticos. Pois, sabemos que o uso indiscriminado desses medicamentos ocasiona a seleção de microrganismos cada vez mais resistentes e também efeitos adversos indesejados, ao passo que o laser, além de ser indolor, com poucas contraindicações clínicas, não provoca este tipo de seleção e não tem reações adversas.
Fotobiomodulação ou também conhecida como laserterapia, nós já definimos a laserterapia por aqui e talvez, por este conceito não contemplar também o Diodo Emissor de Luz (LED), que seria a ledterapia, adotaremos a palavra fotobiomodulação para nossas conversas a partir daqui. A função vocês já sabem, biomodular um sistema biológico através da luz.
Recentemente, foi publicado um estudo sobre o uso da fotobiomodulação em pacientes com dermatite atópica no qual se avaliou a melhora da hidratação da pele dos pacientes antes e após o uso da fototerapia. No estudo um grupo de crianças recebeu duas sessões semanais de FBM com laser de diodo (Laser Recover, MMOptics, São Carlos, Brasil) com potência de 100mW, aplicado com comprimento de onda de λ= 660nm com pontos separados a cada 1cm, cobrindo toda a área de pele identificada com desidratação e alteração de aspecto clínico. A energia aplicada por ponto foi de 3J totalizando 30s de irradiação por cada ponto de 1cm. Observou-se uma melhora significativa na hidratação da pele após a aplicação do laser. Sabe-se que os sintomas clínicos, prurido, xerose e eczema, são ocasionados principalmente pela diminuição da hidratação da pele o que prejudica sua função. Portanto, o laser é eficaz no tratamento de dermatite atópica (1).
Um ensaio clínico randomizado avaliou a eficácia da fotobiomodulação com camomila para lesões orais em pacientes pediátricos em tratamento antineoplásico. O estudo avaliou dois grupos, onde o grupo A recebeu fotobiomodulação e o grupo B recebeu fotobiomodulação mais aplicação de pomada de camomila. O resultado observado foi uma redução significativa da severidade da mucosite oral nos dois grupos, com uma redução maior no grupo B (2).
Seja na dermatite atópica, na mucosite oral ou na picada de inseto, a fotobiomodulação pode ser uma grande aliada no acompanhamento de pacientes pediátricos.
Bibliografia:
1. Couto GBF, Chaves CT de OP, Nunez SC, Frade-Barros AF. O USO DA FOTOBIOMODULAÇÃO (FBM) NA MELHORA DA HIDRATAÇÃO CUTÂNEA NA DERMATITE ATÓPICA LEVE OU MODERADA. Rev Novos Desafios. 2023;3(1):78–85.
2. SILVA ELMS DA. USO DA FOTOBIOMODULAÇÃO ASSOCIADA À CAMOMILA (Matricaria recutita L.) NO TRATAMENTO DA MUCOSITE ORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOB TRATAMENTO ANTINEOPLÁSICO: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO. 2022;