Fala galera! Tudo bem com vocês?
Essa semana vamos conversar um pouquinho sobre como o laser pode auxiliar na recuperação pós-operatória. Sem muitas delongas, vamos direto ao assunto.
Ferida operatória é aquela que é causada intencionalmente mediante ao processo de incisão, neste tipo de ferida, não há perda de tecido e as bordas são fechadas por meio de sutura.
Ao se fazer uma pesquisa rápida sobre o assunto, duas áreas cirúrgicas despontam para utilização do laser no pós-operatório, são elas: odontologia e cirurgia estética.
Vamos focar na parte estética (cirurgia plástica), que é o que mais nos interessa. Na estética, o objetivo do uso do laser é melhorar a aparência da cicatriz, prevenir complicações, reduzir o tempo de pós-operatório e melhorar o resultado estético (1).
Pode observar, que dentre os estudos encontrados e também de acordo com a experiência clínica, que o laser é utilizado, principalmente, em abdominoplastia e mamoplastia.
Um estudo de 2014, realizado por Costa e Meija (Apud ALVES, 2021), aponta a laserterapia como a técnica mais procurada para o tratamento de pós-operatório de cirurgia plástica. A procura é justificada pela eficiência do tratamento, já que melhora o aspecto da cicatriz, uma grande preocupação em cirurgias plásticas, favorece o arranjo mais ordenado das fibras de colágeno e diminui o risco de complicações, favorecendo o retorno do paciente às suas atividades de vida diária.
Um relato de caso publicado em 2017, avaliou a recuperação de uma paciente pós lipoabdominoplastia, já sendo iniciado o acompanhamento quando a paciente apresentava uma deiscência cicatricial. O tratamento com laser foi aplicado e observou-se uma redução da inflamação, reorganização do tecido e consequente fechamento da ferida (2).
Ao analisar os efeitos da laserterapia de baixa intensidade em pós-operatório de mamoplastia redutora, um estudo encontrou em sua bibliografia consultada os seguintes resultados:
- Aplicação pontual sobre toda a cicatriz.
- A eficácia do tratamento depende do comprimento de onda, da densidade de energia, frequência e duração do tratamento. Pois, sabe-se que a resposta fisiológica é dose-dependente.
- A literatura aponta que o maior efeito da laserterapia se dá na fase proliferativa da cicatrização. O uso do laser nesta fase, portanto, irá favorecer à formação de uma cicatriz mais resistente, com maior eficácia ( menor tempo) e com uma aparência melhor. ( Se você não esta lembrando o que acontece na fase proliferativa vale a pena reler o texto publicado com o titulo “ Como a laserterapia atua na cicatrização” aqui no blog. Lá tem um pequeno resumo sobre cada fase da cicatrização.
- Estímulo da microcirculação, promovendo oxigenação, nutrição celular e neovascularização. O que irá proporcionar uma aparência estética melhor da cicatriz, já que ela estará melhor nutrida.
- Diminuição do edema pós-operatório por aceleração da regeneração dos vasos linfáticos e melhora da motricidade do Sistema /linfático.
- Diminuição do quadro álgico por inibição do estímulo doloroso, aumento dos níveis de beta endorfina, aumento da excreção urinária de glicocorticóides e serotonina e diminuição da liberação de substância algiogênicas ( bradicinina, histamina e acetilcolina).
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Ufa!
São muitos efeitos positivos. No entanto, observa-se a necessidade de estudos mais contundentes sobre a utilização da laserterapia no pós-operatório, principalmente estudos realizados por enfermeiros.
Mas, vamos deixar esse papo para a próxima postagem. Assim, no nosso próximo encontro lançaremos um olhar sobre a atuação da enfermagem no uso do laser e uma perspectiva para o futuro.
Bibliografia
1. ALVES MV. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL NO PÓS OPERATÓRIO DE ABDOMINOPLASTIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. 2021;
2. Roque VS, Marcel R, Karolina M, Sousa F De, Davi J. Effects of low level laser therapy on the cicatricial dehiscence in the postoperative period of lipoabdominoplasty . Case Report . 2017;(October):10–3.
3. Drainage ML, Reduction FOR, Recovery M. A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL E A LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE ( HE-NE ) NO PÓS-OPERATÓRIO DE MAMAPLASTIA. 2013;17(Jun):43–51.